Sobre o mobiliário Francês até o século XVIII



Secretary (Foto: The Metropolitan Museum of Art)
Jean-Henri Riesener (French, 1734–1806)

Luís XIII

O estilo Luís XIII durou do fim do século XVI, até a subida de Luís XIV ao trono. Os modelos hispano-flamengos e italianos dividiram a preferência dos decoradores da época e de seus clientes (príncipes, nobres e burgueses ricos). As paredes eram cobertas com pinturas enquadradas por estuques dourados, tapeçarias ou couro, com desenhos impressos, pintados e dourados.

O quarto era a principal peça da residência, ocupado pelo leito en housse (com cobertura), ornado de cortinas (substituído por volta de 1645 pela alcova fechada com uma balaustrada) e por poltronas, cadeiras, genuflexórios e tamboretes guarnecidos de tecido, com pés torneados em círculo ou em espiral. O grande móvel foi o cabinet, um móvel com vários compartimentos para objetos preciosos; era feito de ébano, sendo freqüentemente importado de Flandres, e tinha batentes esculpidos em baixo-relevo, sustentado por cariátides, mísulas ou balaústres. A escrivaninha, vinda da Itália, também apareceu nesse período.

Durante os primeiros vinte anos do reinado de Luís XIV, o fabrico de móveis em França ainda recebia as influências italianas e flamengas. Só a partir de 1660, esse quadro começou a mudar, surgindo um estilo de mobiliário com características próprias da França. Muito contribuiu para a essa evolução a criação da Manufacture Royale des Meubles de la Couronne (Manufatura dos móveis da Coroa), cujo primeiro diretor foi o pintor Charles le Brun. Essa fábrica, fundada em 1667, aprovava o desenho e a execução de todos os móveis feitos para a corte, se constituindo um agente de controle de qualidade rigoroso sobre a manufatura francesa. Daniel Marot e Jean Bérain, entre outros, foram contratados para desenhar móveis de acordo com os hábitos da corte e com o estilo de arquitetura.



Corner Cabinet (Foto: The Metropolitan Museum of Art)
Bernard Van Risenburgh (French, 1696–1766)

Luís XIV

 O mobiliário Luís XIV tem porporções grandes, absolutamente simétrico, muito luxuoso e embora apresente uma ornamentação extravagante, tem caráter masculino. Na estrutura dos móveis predominam linhas retas, as curvas sendo severas e dignas. Os painéis são retangulares, limitados por molduras arquitetônicas. A entalhação é rica e abundante, se utilizando de cabeças e patas de leão, de máscaras, sátiros, grifos, esfinges, folhas de acanto, golfinhos e folhagens. As madeiras utilizadas eram o carvalho, ébano e castanheiro. Os móveis eram dourados ou ornamentados com incrustações de metais e trabalho de marchetaria. Ficaram famosos o mobiliário de André-Charles Boulle, o mestre-ebanista do reinado. Este artista criou o processo de folhear o mobiliário com uma combinação de ébano, tartaruga, estanho, latão e madre-pérola, não necessariamente todos em uma só peça.

Muitas peças de mobiliário de prata maciça foram feitas para mobilar o Palácio de Versalhes, mas nenhuma delas se conservou, sendo derretidas para a cunhagem de moedas, tanto nas guerras europeias de Luís XIV como na Revolução Francesa. Mas, pelo menos, uma peça se salvou: uma mesa de prata maciça que o Rei Sol deu de presente ao rei Carlos II da Inglaterra. Esta peça está hoje no Palácio de Windsor.

Além dos móveis já conhecidos, como mesas, camas, cadeiras e armários, surgiram novas peças: secretária, medalheiro, billard, cômoda, canapé e o console. O "cabinet" caiu em desuso. A cama ainda é monumental e sem madeira aparente, os tecidos - veludos e cetins - que forravam a peça, belos e luxuosos. As mesas tinham formatos variados, com decoração luxuosa, algumas em mármore e outras em madeira dourada ou ornamentadas com incrustações. As cadeiras variavam de acordo com a posição social do usuário, podendo ser de braços ou sem eles, espaldar alto, pernas retas e braços curvos ou retos, as traves unidas em "X" ou "H", os assentos forrados de veludo, tapeçarias ou brocado. Os armários eram pesados, opulentos e de um só corpo, todo em madeira ou trabalhado. As cômodas eram em geral ricas e trabalhadas à maneira Boulle com três gavetas e tampo de mármore. O console era uma mesa pequena, mais estreita, colocada junto à parede. O medalheiro era um móvel muito apreciado que servia para guardar as jóias e preciosidades e o canapé, em madeira estofada, tem a estrutura da cadeira, linhas direitas e várias pernas. Também surgiram nessa época os armários-bibliotecas e a poltrona "confessional".

 
 
 
Metropolitan Museum of Art
Gallery Views of Vermeer's
(The Milkmaid)



Johannes Vermeer

Foi um pintor holandês, que também é conhecido como Vermeer de Delft ou Johannes van der Meer. Vermeer viveu toda a sua vida na sua terra natal, onde está sepultado na Igreja Velha (Oude Kerk) de Delft. É o segundo pintor holandês mais famoso e importante do século XVII (um período que é conhecido por Idade de Ouro Holandesa, devido às espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época), depois de Rembrandt. Os seus quadros são admirados pelas suas cores transparentes, composições inteligentes e brilhante com o uso da luz. Pouco se sabe da sua vida. Era filho de Reynier Jansz e Dingenum Baltens. Casou-se em 1653 com Catharina Bolenes e teve 15 filhos, dos quais morreram 4 em tenra idade. No mesmo ano juntou-se à guilda de pintores de Saint Lucas (São Lucas). Mais tarde, em 1662 e 1669, foi escolhido para presidir à guilda. Sabe-se que vivia com magros rendimentos como comerciante de arte, e não pela venda dos seus quadros. Por vezes até foi obrigado a pagar com quadros dívidas contraídas nas lojas de comida locais. Morreu muito pobre em 1675. A sua viúva teve de vender todos os quadros que ainda estavam na sua posse ao conselho municipal em troca de uma pequena pensão (uma fonte diz que foi só um quadro: a última obra de Vermeer, intitulada Clio

Depois da sua morte, Vermeer foi esquecido. Por vezes, os seus quadros foram vendidos com a assinatura de outro pintor para lhe aumentar o valor. Foi só muito recentemente que a grandeza de Vermeer foi reconhecida: em 1866, o historiador de arte Théophile Thoré (pseudónimo de W. Bürger) fez uma declaração nesse sentido, atribuindo 76 pinturas a Vermeer, número esse que foi em breve reduzido por outros estudiosos. No princípio do século XX havia muitos rumores de que ainda existiriam quadros de Vermeer por descobrir.
Metropolitan Museum of Art
The Age of Rembrandt
(Views of the Exhibition, parte I)



Rembrandt Harmenszoon van Rijn

Nasceu em 15 de julho de 1606 (tradicionalmente) mas provavelmente em 1607 em Leiden, Países Baixos. Fontes conflitantes afirmam que sua família era formada por 7, 9, ou 10 filhos. Seu pai era moleiro, e sua mãe, filha de um padeiro. Quando criança ele teve aulas de latim e foi matriculado na Universidade de Leiden, embora desde cedo demonstrasse inclinação para a pintura.

Pouco depois ele se tornou aprendiz do pintor histórico de Leiden, Jacob van Swanenburgh. Depois de um breve mas importante aprendizado com o famoso pintor Pieter Lastman em Amesterdão, Rembrandt abriu um estúdio em Leiden, dividindo-o com seu colega Jan Lievens. Em 1627, Rembrandt passou a aceitar alunos, entre eles Gerrit Dou.

Em 1629 Rembrandt foi descoberto pelo estadista e poeta Constantijn Huygens, pai de Christiaan Huygens (um famoso físico e matemático neerlandês), que conseguiu para Rembrandt importantes encomendas da corte de Hague. Como resultado desta conexão, o Príncipe Frederik Hendrik foi cliente de Rembrandt até 1646.

Em 1631, Rembrandt havia adquirido tal renome que recebia diversas encomendas de retratos em Amsterdan. Como conseqüência, ele se mudou para a casa de seu agente, Hendrick van Uylenburgh. Esta mudança eventualmente levaria, em 1634, ao casamento de Rembrandt com a prima de Hendricks, Saskia van Uylenburgh. Saskia vinha de uma família abastada (seu pai fora advogado e burgomestre de Leeuwarden). Quando Saskia, a filha caçula, se tornou órfã, passou a morar com sua irmã mais velha em Het Bildt. Saskia e Rembrandt se casaram na igreja local, sem a presença de seus parentes.
Metropolitan Museum of Art
The Age of Rembrandt
(Views of the Exhibition, parte II)



Rembrandt (Parte II)

Em 1639, Rembrandt e Saskia mudaram-se para uma casa maior em Jodenbreestraat, um quarteirão judeu. Era nesta casa que Rembrandt frequentemente contratava seus vizinhos judeus como modelo para suas cenas do Velho Testamento. Embora vivessem confortavelmente, o casal sofreu vários reveses; seu filho Rumbartus morreu com dois meses de idade em 1635. Uma filha, Cornelia, morreu com três semanas em 1638. Apenas o terceiro filho, Titus, nascido em 1641, sobreviveu até a idade adulta. Saskia faleceu em 1642, pouco depois do nascimento de Titus, provavelmente vítima de tuberculose. No final da década de 1640, Rembrandt passou a se envolver com Hendrickje Stoffels, inicialmente empregada de sua casa. Em 1654 eles tiveram uma filha, Cornelia, levando à excomunhão de Hendrickje da Igreja Protestante Holandesa por "viver em pecado". Rembrandt não foi intimado a comparecer ao julgamento, pois não era membro da igreja.

Rembrandt vivia além de suas posses, comprando várias obras de arte, gravuras e raridades, o que provavelmente levou à sua bancarrota em 1656. Posteriormente, ele foi forçado a vender a maioria de suas obras, além de sua casa e sua máquina de impressão, mudando-se para um local mais modesto em Rozengracht. Lá, Hendrickje e Titus abriram uma loja de arte para ganhar a vida. Em 1661 Rembrandt foi contratado para completar uma série de pinturas para o recém-construído prédio da prefeitura, mas só pelo fato do artista que havia sido contratado originalmente falecer antes de concluir o trabalho.Rembrandt sobreviveu a Hendrickje e Titus. Ele morreu pouco tempo depois de seu filho, em 4 de outubro de 1666 em Amesterdão, e foi sepultado em uma cova anônima em Westerkerk.

(Fonte dos textos: Wikipédia)